domingo, 5 de outubro de 2008

E a rotina persiste


Acordei. Não sei se é manhã, ou tarde. O calor infernal, e o número de pessoas que passam faz com que eu me sinta mais perdido. O olhar de repúdio dos poucos que ainda me olham, e os julgamentos precipitados, só deixam claro a hipocrisia dessas pessoas, que, quando estão com seus amigos, adoram dizer que fazem o bem, que não entendem como podem eistir condomínios de luxo ao lado de favelas, mas, mal sabem elas que são as maiores causadoras de todo esse caos em que eu, como pobre e sem estudo, sigo sendo a pessoa perigosa, e os bonitinhos que usam terno, que são os verdadeiros ladrões e só aparecem uma vez a cada quatro anos, são em quem devemos confiar.
Vou para casa, penso eu. Pego meu 'carro', sigo pelas ruas à procura de papelão. Tenho fome. Espero que os soldados já tenham desocupado o nosso morro. A mesma desculpa de sempre: "Parece que um indivíduo desse morro assaltou o mercado, e isso é inceitável!". Será que eles sabem o que´e passar fome? Será que o filho deles já chorou por não ter o que comer? E quem paga eles, são os engravatados, que, em conseqüência, são sustentados por nós. Parabéns pela democracia, Brasil.

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