quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Aos boêmios

Noite incrível esta de nove de setembro. Em partes, marcante para mim. Criado em um ambiente de violão, graças ao meu avô, aos sons de Cartola, Adoniran Barbosa, Nelson Gonçalves, Lupicínio Rodrigues, entre outros, jamais imaginaria uma volta a tais lembranças em grande estilo. Quando decidi ir ao Teatro Treze de Maio, sabia que algo fascinante seria exibido, porém não esperava que pudesse sair tão contagiado pelo espírito boêmio que lá foi apresentado. Graças à interpretação intocável de Janu Uberti e Renato Mirailh, todos os presentes nessa bela apresentação puderam recordar tempos que não vivi, mas, ao menos, consigo imaginar o quão gloriosos eram. Os grandes homenageados da noite foram Lupicínio e Nelson, gaúchos que conseguiram conquistar o país retratando as experiências amorosas frustradas, a dor do amor perdido, a bebida e o vício como maiores companheiros. É possível dizer que os intérpretes, acompanhados pelos também brilhantes Rafael na percussão e Renato Casca no piano, conseguiram conduzir o público ao saudosismo de canções como “renúncia”, “meu dilema”, “cadeira vazia” e tantos outros clássicos do grande intérprete de “a volta do boêmio”. Também tivemos a melancolia do nosso eterno gremista Lupi (infelizmente não tivemos o hino do Grêmio por lá), mas pudemos ouvir “volta”, grande clássico que foi cantado por inúmeros intérpretes brasileiros, e a contagiados por outra canção histórica, intitulada “felicidade”.

Seguem abaixo, algumas fotos da bela apresentação: (ao clicar, elas apresentam uma resolução maior)





Peço perdão ao Sr. Janu e ao Sr. Renato por ter contido um pouco mais em Nelson Gonçalves, mas, o símbolo da boemia brasileira é quem mais me acompanha no momento atual da minha vida.

Concluo parabenizando o resgate cultural feito por essa dupla, e espero sinceramente vê-los novamente, talvez interpretando outros nomes da música brasileira, como Jamelão, Jair Rodriguez, Cartola, Adoniran, João Nogueira, ou até mesmo com nossos queridos Nelson e Lupicínio; o que realmente importa é que não deixem que esse canto pela mulher que já não mais nos pertence seja esquecido.

Seguem abaixo alguns vídeos da apresentação:


Renato Mirailh - Carlos Gardel

Janu Uberti - Negue/Revolta

Renato Mirailh - A volta do boêmio

Renato Mirailh e Janu Uberti - Encerramento/ se acaso você chegasse

Aos irmãos, com carinho

Encontrar pessoas que não deveriam ter sido tiradas de nosso convívio sempre é bom. Passei por essa experiência no último final de semana, ao visitar a Terra dos Poetas. Ao ser informado que seria nesse final de semana a comemoração referente ao aniversário do grande irmão Thiago Cardoso, pensei que teria de fazer todos os esforços possíveis para me fazer presente. Foi ótimo ter encontrado toda a turma que, há alguns anos atrás, não imaginava que deixaria de conviver. Thiago, Toca Fogo, Victor, Ricardo, Jan, pessoas que cresci e convivi por bons anos da minha vida, no saudoso Apolinário, nas tardes de jogatina na Vídeo.com, nos horários de educação física, nas formaturas, em outras festas, ou simplesmente quando tinha a oportunidade de ir à casa de algum deles para jogar conversa fora, rir, sem qualquer compromisso. O interessante é conseguir sentir que não mudamos, e que, mesmo com todas as responsabilidades que possamos ter agora, quando nos encontramos, conseguimos voltar aos tempos de ensino médio, com nossas intermináveis histórias acerca dos fatos ocorridos.

Sinceramente, só tenho a agradecer à essas pessoas por ainda fazerem parte da minha vida. :D

Ah, também vale a homenagem ao Gustavo, que será pai, e ao Thiago que... bem... deixamos assim.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sobrando, faz tempo

Inicio mais um post da série dramas ininterruptos, questionando a mim mesmo (sim, porque só eu leio o que eu escrevo): sabe a sensação de deslocamento? de simplesmente não estar no lugar certo? Pois é, esse é meu atual status. E o pior, é que sinto que sou assim, e não que estou assim. Parece que nasci predestinado a andar sozinho; a conhecer pessoas, a me envolver com elas, desenvolver sentimentos, e de uma hora para a outra, tudo ser suspenso, passar a não existir, e ficar por isso mesmo. E não é simplesmente essa sensação de vazio, de algo que falta, que até então era presente que fica comigo, e sim o fato de ver que não mudo em decorrência desses fatos. Me sinto fraco até para tentar expressar isso. Deve ser porque essas coisas não devem ser manifestadas, e sim se manterem presentes em minha vida, até quando eu existir. Sinto que perco pessoas a todo o momento, e, por pior que isso seja, nada me convence a agir de forma diferente.
e, para finalizar com minha eterna intransigencia, cito Pública:

"[...]
Mas agora estou só

E não pense que é tão ruim
Sendo só, os meus discos posso ouvir e ser feliz
Bem longe de ti

[...]"

Long Plays