segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Carta para um anjo

Após muito tempo, consegui retornar ao meu cantinho do desabafo, meu espaço de descanso, esse blog. Poderia voltar escrevendo sobre o fato de eu estar finalmente em férias das aulas, sobre o tempo que fiquei sem postar, sobre o Macondo Circus, sobre a chuva de hoje, ou sobre qualquer outra coisa. Mas, o que me leva a escrever, é um telefonema feito hoje à tarde. Na verdade, essa história vem de tempos, eu diria que desde o ano passado, quando "conheci" uma das pessoas que mais me faz feliz. E foi incrível vê-la, até mesmo por tudo o que aconteceu, pelas mudanças, pelas novidades, a vida se fez tão supreendente, e conseguiu nos unir pela primeira vez em uma noite tão feliz. E, não bastasse esse encontro ter sido um momento muito emocionante para mim, o mais lindo foi ver a vida que estava com ela. Um anjo que ainda está sendo gerado, uma nova vida, que, bem antes de conhecer o mundo aqui fora, já está sendo amada por muitos.
E agora, Rafa, eu começo a conversar direto contigo, e espero que tua mãe leia isso em voz alta, pra ti ouvir: Tu é um anjo que está chegando pra animar a vida de todos, pode ter certeza. Tu nem conhece a vida, ainda. Nem teve a oportunidade de sentir esse ar que, as vezes nos parece tão poluído, e as vezes nos parece tão limpo e puro. Não pôde tomar um gole de água, que as vezes é tão fria, e as vezes é tão quente. Não teve a sensação de ser abraçada, de ser olhada com olhos cheios de lágrimas, felizes em te ver. Interessante isso, Rafa: assim como conheci tua mãe, te conheço; sem te ver, sem poder olhar nos teus olhos, sem poder te abraçar ou te fazer algum carinho. Mas, pode ter certeza que, assim como quando eu conheci e falei pela primeira vez com a tua mãe, é contigo: eu consigo sentir um amor enorme por ti, antes mesmo de olhar nos teus olhos, algo que eu não sinto vergonha em mostrar, e grito para todos que quiserem ouvir. Tu és um anjo, Rafa. Será muito bem-vinda, fará muitas pessoas felizes, e orgulhará muito a tua mãe, essa guria guerreira e tão cheia de força, que, antes do teu nascimento, já é a pessoa que mais te ama, e que mais lutará pela tua alegria, e principalmente, pela tua vida. Rafa, eu também te amo. Não sei se estarei presente em algum momento da tua vida; não sei se te pegarei no colo; não sei se te farei algum carinho; mas, mesmo assim, pode ter certeza que tu também já és amada por mim. O "cara lá de cima" estará sempre de mão contigo, sempre te mostrando o melhor, e te ajudará também a ser uma pessoa maravilhosa, como a Josy.
Um beijo, anjo, te amo.

:)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Aos boêmios

Noite incrível esta de nove de setembro. Em partes, marcante para mim. Criado em um ambiente de violão, graças ao meu avô, aos sons de Cartola, Adoniran Barbosa, Nelson Gonçalves, Lupicínio Rodrigues, entre outros, jamais imaginaria uma volta a tais lembranças em grande estilo. Quando decidi ir ao Teatro Treze de Maio, sabia que algo fascinante seria exibido, porém não esperava que pudesse sair tão contagiado pelo espírito boêmio que lá foi apresentado. Graças à interpretação intocável de Janu Uberti e Renato Mirailh, todos os presentes nessa bela apresentação puderam recordar tempos que não vivi, mas, ao menos, consigo imaginar o quão gloriosos eram. Os grandes homenageados da noite foram Lupicínio e Nelson, gaúchos que conseguiram conquistar o país retratando as experiências amorosas frustradas, a dor do amor perdido, a bebida e o vício como maiores companheiros. É possível dizer que os intérpretes, acompanhados pelos também brilhantes Rafael na percussão e Renato Casca no piano, conseguiram conduzir o público ao saudosismo de canções como “renúncia”, “meu dilema”, “cadeira vazia” e tantos outros clássicos do grande intérprete de “a volta do boêmio”. Também tivemos a melancolia do nosso eterno gremista Lupi (infelizmente não tivemos o hino do Grêmio por lá), mas pudemos ouvir “volta”, grande clássico que foi cantado por inúmeros intérpretes brasileiros, e a contagiados por outra canção histórica, intitulada “felicidade”.

Seguem abaixo, algumas fotos da bela apresentação: (ao clicar, elas apresentam uma resolução maior)





Peço perdão ao Sr. Janu e ao Sr. Renato por ter contido um pouco mais em Nelson Gonçalves, mas, o símbolo da boemia brasileira é quem mais me acompanha no momento atual da minha vida.

Concluo parabenizando o resgate cultural feito por essa dupla, e espero sinceramente vê-los novamente, talvez interpretando outros nomes da música brasileira, como Jamelão, Jair Rodriguez, Cartola, Adoniran, João Nogueira, ou até mesmo com nossos queridos Nelson e Lupicínio; o que realmente importa é que não deixem que esse canto pela mulher que já não mais nos pertence seja esquecido.

Seguem abaixo alguns vídeos da apresentação:


Renato Mirailh - Carlos Gardel

Janu Uberti - Negue/Revolta

Renato Mirailh - A volta do boêmio

Renato Mirailh e Janu Uberti - Encerramento/ se acaso você chegasse

Aos irmãos, com carinho

Encontrar pessoas que não deveriam ter sido tiradas de nosso convívio sempre é bom. Passei por essa experiência no último final de semana, ao visitar a Terra dos Poetas. Ao ser informado que seria nesse final de semana a comemoração referente ao aniversário do grande irmão Thiago Cardoso, pensei que teria de fazer todos os esforços possíveis para me fazer presente. Foi ótimo ter encontrado toda a turma que, há alguns anos atrás, não imaginava que deixaria de conviver. Thiago, Toca Fogo, Victor, Ricardo, Jan, pessoas que cresci e convivi por bons anos da minha vida, no saudoso Apolinário, nas tardes de jogatina na Vídeo.com, nos horários de educação física, nas formaturas, em outras festas, ou simplesmente quando tinha a oportunidade de ir à casa de algum deles para jogar conversa fora, rir, sem qualquer compromisso. O interessante é conseguir sentir que não mudamos, e que, mesmo com todas as responsabilidades que possamos ter agora, quando nos encontramos, conseguimos voltar aos tempos de ensino médio, com nossas intermináveis histórias acerca dos fatos ocorridos.

Sinceramente, só tenho a agradecer à essas pessoas por ainda fazerem parte da minha vida. :D

Ah, também vale a homenagem ao Gustavo, que será pai, e ao Thiago que... bem... deixamos assim.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sobrando, faz tempo

Inicio mais um post da série dramas ininterruptos, questionando a mim mesmo (sim, porque só eu leio o que eu escrevo): sabe a sensação de deslocamento? de simplesmente não estar no lugar certo? Pois é, esse é meu atual status. E o pior, é que sinto que sou assim, e não que estou assim. Parece que nasci predestinado a andar sozinho; a conhecer pessoas, a me envolver com elas, desenvolver sentimentos, e de uma hora para a outra, tudo ser suspenso, passar a não existir, e ficar por isso mesmo. E não é simplesmente essa sensação de vazio, de algo que falta, que até então era presente que fica comigo, e sim o fato de ver que não mudo em decorrência desses fatos. Me sinto fraco até para tentar expressar isso. Deve ser porque essas coisas não devem ser manifestadas, e sim se manterem presentes em minha vida, até quando eu existir. Sinto que perco pessoas a todo o momento, e, por pior que isso seja, nada me convence a agir de forma diferente.
e, para finalizar com minha eterna intransigencia, cito Pública:

"[...]
Mas agora estou só

E não pense que é tão ruim
Sendo só, os meus discos posso ouvir e ser feliz
Bem longe de ti

[...]"

Long Plays

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Chato, arrogante.

E quando não sei mais o que sinto? e quando não sei se existe o fato de sentir algo? e quando nada mais agrada? e quando se quer mudar? é errado?
Sinto não andar nos melhores dias, com humor altamente variável, sem qualquer regularidade, sem qualquer fundamento. E o pior disso é saber que tem alguns que as vezes são influenciados por essa situação. O mais triste (se é que existe algo disso) é ter pessoas que se preocupam. O mais triste, é ter contato com as pessoas, desenvolver laços de afetividade, criar expectativas, e, de repente, tudo sumir. Tudo que, possivelmente, não exista. Depois da minha desistência quanto a muitas coisas, nada mais me resta pensar que tudo é resumido a qualquer falta de utilidade. O que realmente comandará nossas vidas serão os desejos materialistas, carnais, fúteis. E os não adaptados a isso, ficarão alienados, na terrível ilusão de mudar algo, tentar resgatar alguma essência, que jamais existiu, e jamais existirá. É tão necessária essa prestação de contas? esse exibicionismo? essa competição?
Talvez eu fale isso por ser um nada, sem dinheiros, sem sentimentos, sem amor próprio. Talvez, se eu fosse uma pessoa com um status elevado perante a sociedade, um cara popular, bonito, que, na maioria das vezes, são completamente desprezíveis à meu ver, fizesse mais sucesso, e estaria agora de bem com meu ego, sem qualquer peso na consciência, por imaginar que essas pessoas simplesmente não possuem consciência. O terrível é sentir que tudo é vázio, e que tudo nunca passará disso. O pior é viver conformado a essa lucidez ridícula, que tanto expõe as nossas fraquezas e mostra o quanto o que se valoriza é o que menos importa.
Talvez isso seja um desabafo. Ou simplesmente o texto de alguém chato e arrogante. Mas, que tá foda, isso tá.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Deixa chover, deixa.

Após uma session de reggae, nada como começar o texto com o nome de um som que muito ouvimos há alguns anos atrás. Mas, não é esse o objetivo do texto, não.
Penso eu em quanto tempo levará para que nós possamos jogar fora o guarda-chuva da razão? Eu quero me desfazer do meu; deixar de dar crédito a tudo que falam, a tudo que pregam, a tudo que me é imposto. Quero realmente deixar que o vento da autoavaliação me guie, e que eu realmente faça o que é correto, de acordo com o meu próprio pensamento. Não ultrapassar as fronteiras que separam o meu respeito do respeito alheio. Mas, sempre visitando e conhecendo até que ponto o outro aceita essa ultrapassagem. Só quero que essa chuva de amor, de sinceridade, de cumplicidade, de liberdade, de pureza caia sobre mim, sem medo de enchente, de alagamento, para que isso ocorra e eu possa deixar que a correnteza do prazer me satisfaça. Só quero me inundar de ti.
Pode chover a vontade.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Bem forte e com pouco açucar, por favor

O costume do clássico café a qualquer momento do dia faz parte da rotina de muitos de nós, e cito com certa valorização os blogueiros, que tem o costume de postar acompanhados de uma boa xícara de pura cafeína. Confesso que estou postando agora direto do trabalho, consegui me desocupar por um tempinho, afinal o serviço está em dia, e, enquanto aperitivo um cafezinho, resolvi vir aqui pra escrever um pouco. Mas, o que o café realmente supre, ou qual seria o motivo que mais faz com que ele nos satisfaça? Bom, eu depois de duas xícaras, fico teoricamente incontrolável, como já postei há alguns textos abaixo; crises de inquietação, tremedeiras, e tudo mais, mas, mesmo assim, não largo esse hábito de tomar um café (dois) durante a manhã. E, sem sombra de dúvidas, o café nos remete a ótimas lembranças, momentos proporcionados por essa bebidinha feliz. :D
Ao som de Dead Fish, banda que me lembra muitas coisas, tomando meu café, penso: tenho cafés, tenho Dead Fish, tenho chás, tenho textos de Caio F., e o que me falta? Não me falta dinheiro (não que esteja sobrando, porém, não é minha prioridade atual); não me falta amigos, que sempre estão comigo em todas as horas; não me falta vontade de descobrir coisas novas. Só me falta aquilo que não está aqui; só me falta o que, imagino eu, esteja agora dormindo agora na terra da Expointer, Só me falta tu.
Enquanto não tenho o que me falta aqui comigo, peço mais um bem forte e com pouco açucar, por favor.